Conheça vilarejo atravessado pela linha do Tratado de Tordesilhas, famoso por belezas naturais e pelo artesanato
18/10/2025
(Foto: Reprodução) Conheça vilarejo em Goiás atravessado pela linha do Tratado de Tordesilhas
Olhos D'Água, distrito de Alexânia, a 120 km de Goiânia, chama atenção por uma curiosidade geográfica: a cidade é atravessada pela linha imaginária do Tratado de Tordesilhas, que, em 1494, dividiu o mundo entre Portugal e Espanha. Ao g1, a diretora do Memorial Olhos D’Água, Mariana de Bulhões, contou que na cidade o visitante é convidado a um “turismo experimental”.
A citação da linha do Tratado de Tordesilhas foi feita em um livro do historiador Paulo Bertran Título: História de terra e do homem no Planalto Central. O recado também está escrito na parede do Bar Museu, em frente à Praça Santo Antônio.
"Quando a gente brinca com os meninos de pular corda na praça, a gente fala meio que entra em Portugal e sai pela Espanha," contou Mariana.
A história de Mariana se mistura com a história de Goiás. Carioca, ela veio para Goiás em 1993 e se encantou com Olhos D'Água. Já estando aqui, ela descobriu que é uma descendente de Leopoldo de Bulhões, intelectual e político goiano do século XIX. Ao g1, Mariana contou sobre a história de Olhos D'Água.
Conheça vilarejo em Goiás atravessado pela linha do Tratado de Tordesilhas
Arquivo pessoal/Camila Rodrigues
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Olhos D'Água é famoso pela arquitetura barroca com casas coloridas, coloniais e rústicas (veja fotos abaixo).
Conheça Olhos D'Água e suas casas coloniais
Segundo Mariana, as pessoas podem visitar os ateliês e as casas dos artesãos por meio de um mapa, além de conhecer os trabalhos de cestarias. Ela contou que a cidade tem o turismo olho no olho, da prosa, de desacelerar. Quem está mais acostumado a um ritmo frenético escolhe visitar Pirenópolis, brincou Mariana.
"Só vem aqui e gosta quem está disposto a estacionar o carro, desligar o motor, ouvir o barulho dos teares, ir visitar o trabalho de cerâmica e esperar para comer porque a comida é feita no fogão a lenha," brincou ela.
Cachoeira do Ouro
Cachoeira do Ouro: natureza exuberante e gente acolhedora
A estudante Yasmin Shacha, de 27 anos, é de Anápolis, na Região Metropolitana de Goiânia e foi a primeira vez em Olhos D'Água em julho deste ano. Ao g1, ela contou que gosta de viajar para cidades turísticas justamente pelas histórias, pela cultura e pelas pessoas diferentes que ela conhece em cada lugar.
Yasmin conheceu a igreja, o artesanato local, como as cestarias e um pouco da culinária regional. “A comida feita no fogão a lenha é de tirar o fôlego, com aquele sabor que lembra casa de vó,” contou Yasmin.
A estudante se hospedou em uma pousada com o mesmo nome da cachoeira, ela disse que a experiência superou as expectativas e pretende voltar para o lugar nas próximas férias. "A poucos metros da pousada tem uma cachoeira e um rio praticamente só para mim, cercados pela natureza… uma verdadeira riqueza de Deus," disse.
A empresária Taís de Sousa, de 32 anos, esteve em Olhos D´Água várias vezes durante a vida. Ao g1, ela contou que a cachoeira é linda e segura para crianças e idosos. "Tenho uma filha de 6 anos e minha mãe tem 64 anos. As duas amaram. Achei um lugar bem aconchegante," disse.
A empresária Taís Araújo foi com a família para a Cachoeira do Ouro, Goiás
Arquivo pessoal/Taís Araújo
Taís disse que o diferencial do lugar é a comida, ela visitou a pousada com a família e gostou de tudo. "Para mim, o diferencial é a comida. Muito gostosa mesmo. Bem caseira. Raiz," informou.
Feira do Troca
A brasiliense Bárbara Lins Lima, de 39 anos, visita Olhos D´Água desde os 3 anos. Os pais a levavam para a Feira do Troca. Segundo ela, ninguém conhecia direito o lugar, era uma parte muito nichada, uma "experiência cultural".
Olhos D'Água é rica em belezas naturais, Goiás
Arquivo pessoal/Bárbara Lins
A Feira do Troca acontece duas vezes por ano, junho e dezembro. A feira marcou a infância de Bárbara e ela esperava todo ano pelo evento. Depois que ela ficou mais velha começou a ir sozinha e visitar as cachoeiras, a parte de artesanato e a vila principal.
A vendedora Lorrany Brandão Valentim, de 28 anos, nasceu na Bahia, mas mora desde criança em Alexânia, no Entorno do Distrito Federal. Ela foi a primeira vez para Olhos D'Água em 2018 com algumas amigas. Ela conheceu um bar chamado Toca do Alemão (que não existe mais, segundo ela).
Para Lorrany, o local é um lugar apaixonante com pessoas simples e uma cultura encantadora. "Já visitei vários lugares e amo: Du Caetano, Brasileirinho, Reolhos, Quintal de casa, a paróquia Santo Antônio e a Cachoeira do Ouro," contou Lorrany.
Conheça a Cachoeira do Ouro em Goiás
Arquivo pessoal/Lorrany Brandão
O que mais encanta Lorrany é a paz, é o lugar de refúgio da vendedora. Ela teve a oportunidade de visitar a Feira do Troca que, para ela, é uma referência em artesanato e cultura da região. "Um lugar cheio de arte e cultura rica," disse.
Memorial Olhos D'Água
Olhos D'Água é fruto de uma promessa feita por Dona Sebastiana, filha de ex-escravizados, que sonhava em erguer uma capela dedicada a Santo Antônio, um sonho que se tornou realidade graças à união de dois fazendeiros da região: Geminiano e Juvenal. A história do distrito é contada pelo museu Memorial Olhos D'Água, criado em 2018.
"Quando a gente fala de turismo, a gente não conta toda essa história, mas é importante a gente entender o passado para saber quais as perspectivas de futuro que a gente quer," disse Mariana.
O museu produziu um documentário disponível na internet que conta a história de Olhos D'Água desde a sua emancipação até se tornar distrito de Alexânia, Goiás.
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